Manutenção da hidratação cutânea

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Manutenção da Hidratação Cutânea

Por Carol Ribeiro

 

A integridade do estrato córneo é a principal responsável pela manutenção da função de barreira da pele, e está intimamente relacionada à sua hidratação. A hidratação natural da pele depende, principalmente, das características quali e quantitativas do manto hidrolipídico. Uma mistura de substâncias hidrofílicas, o Fator de Hidratação Natural, composto por água, uréia, lactato de amônio, minerais, entre outros, e de lipídeos intracelulares, como ceramidas, ácidos graxos livres e colesterol.

Alterações da barreira cutânea permitem a entrada de substâncias irritantes, alergênicas e microrganismos que acabam acentuando a resposta do sistema imunológico e resultam em inflamação da pele. Uma barreira cutânea desequilibrada é caracterizada pelo aumento da perda de água transepidérmica, diminuição da hidratação do estrato córneo, alteração de pH cutâneo e níveis reduzidos de sebo.

Diferentes processos de hidratação visam proteger a barreira cutânea, por meio dos mecanismos de emoliência e de umectação. Na umectação, as substâncias umectantes demonstram a capacidade de absorver água e de retê-la em seu interior. É aqui que ocorre a hidratação propriamente dita, no conceito de manter a umidade natural da pele. Nesse caso são utilizados ativos que possuam a capacidade de captar a água do meio, como hidrolatos, argilas, aminoácidos, PCA de sódio, entre outros.

Utilizar apenas substâncias umectantes não é eficaz para a hidratação da pele, pois eles não são capazes de evitar a evaporação da água para o meio ambiente, dependendo de ativos com a função de emoliência. Os emolientes são substâncias oleosas que penetram entre as camadas epidérmicas substituindo os lipídeos naturais que foram perdidos e restaurando a sua hidrofobicidade e diminuindo a perda de água transepidérmica, melhoram a retenção da umidade cutânea.

Assim, quando se utilizam hidrolatos ou argilas e óleos vegetais no tratamento, o indicado é que o óleo vegetal seja aplicado por último para que forme um filme na superfície da pele, mantendo a sua umectação. Caso o óleo seja aplicado primeiro, por sua ação emoliente, não permitirá que as substâncias umectantes exerçam a sua função.

 

 

REFERÊNCIAS:

1. AMARAL, F. Técnicas de aplicação de óleos essenciais. São Paulo: Cengage, 2015.

2. DRAELOS, Z. D. Therapeutic moisturizers. Dermatologic Clinics, 2000 v. 18, n. 4

3. SARKAR, R.; PODDER, I.; GOKHALE, N.; JAGADEESAN, S.; GARG, V. K. Use of vegetable oils in dermatology: an overview. Int J Dermatology, 2017

4. LYNDE, C. W. Moisturizers: What They Are And How They Work. Skin Therapy Lett., 2001 v.6, n. 13

5. LIN, T.; ZHONG, L.; SANTIAGO, J. L. Anti-Inflammatory and Skin Barrier Repair Effects of Topical Application of Some Plant Oils. Int. J. Mol. Sci. 2018, v. 19, n. 70.

6. VAUGHN, A. R.; CLARK, A. K.; SIVAMANI, R. K.; SHI, V. Y.. Natural Oils for Skin-Barrier Repair: Ancient Compounds Now Backed by Modern Science. Am J Clin Dermatol. 2018, v. 1